sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Palavras


Espada entre flores,rochedo nas águas,assim firmes, duras,entre as coisas fluídas,fiquem as palavras,as vossas palavras.
Pois se por acaso dentro dos sepulcros acordassem as almas e em sonhos confusos suspirassem rumos de histórias passadas e houvesse um tumulto de ânsias e de lágrimas,
lembrassem as lágrimas caídas no mundonas noites amargas cercadas dos murosdas vossas palavras. Todas as palavras.
Nos espelhos purosque a memória guarda,fique o rosto surdo, a música bravado humano discrurso.De qualquer discurso.
Só de morete exata sonharão os justos, saudosos de nada, isentos de tudo, pascendo auras claras, livres e absolutos, nos campos de pratados túmulo fundos.
No meio das águas,das pedras, das nuvens,verão as palavras:estrelas de chumbo,rochedos de chumbo.A cegueira da alma.O peso do mundo.
Adeus, velhas falase antigos assuntos!
Cecília Meireles

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