sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Drummond saúda Pessoa



SONETILHO DO FALSO FERNANDO PESSOA


Onde nasci, morri. Onde morri, existo. E das peles que visto muitas há que não vi. Sem mim como sem ti posso durar. Desisto de tudo quanto é misto e que odiei ou senti. Nem Fausto nem Mefisto, à deusa que se ri deste nosso oaristo, eis-me a dizer: assisto além, nenhum, aqui, mas não sou eu, nem isto.



Carlos Drummond de Andrade In Claro EnigmaJosé Olympio, 1951

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