sexta-feira, 17 de abril de 2009

Grande sertão vendido

Nascido no Centro-oeste, bem no meio do cerrado
Sinto-me no direito até de ser mal-criado
e fazer um desabafo num poema mal rimado
ao rádio que hoje toca, um caipira mal cantado

Cresci ouvindo os caipiras cantando bem afinado
Canções que falavam da terra na qual também fui criado
hoje ouço um sertanejo que agora é bem mudado
falando em cerveja e mulher, nenhum outro tema é tratado.

Se eu tivesse esse poder, que eu nunca possuí
De falar a essas duplas o que penso quando ouví
Duas vozes afinadas em "desde que te ví"
nao se esqueçam de ouvir, Belmonte e Amaraí !

Se ouço cantar o Bruno, com a voz tão forte assim
Dispense logo o Marrone, não negue, ele é ruim
E siga carreira solo pois assim já é enfim
não há nada errado nisso, ouça Rolando Boldrin !

Se no rádio ouço Zezé, que de tanto gritar fica rouco
E não ouço o Luciano, aumente o volume um pouco
duplas devem ser de dois, não de um único caboclo
cantando na mesma toada, ouçam Tonico e Tinoco !

E sertanejo moderno, metido a engraçadinho
que acha que palavrão não é nenhum desalinho
saiba que ja teve dupla que inda me faz rir sozinho
Sem precisar apelar, ouça Alvarenga e Ranchinho !

Quando ligo hoje o rádio, não gosto de ouvir mais nada
é sempre o mesmo assunto, mulher e cerveja gelada
até parece que eu ouço, uma vitrola quebrada
quem dera se eles ouvissem, Pedro Bento e Zé da Estrada !

vou parando por aqui, antes que alguem me eleja
defensor de coisa velha, não vou me dar de bandeja
Só cansei de tanto ouvir sobre mulher e cerveja
se nao quiserem mudar nem entro nessa peleja
so nao aceito chamarem isso que vocês fazem
de música sertaneja !

Escrito por Cambota

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