sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Correspondências

tradução de Ângelo Monteiro

A natureza é um templo onde pilares vivos semeiam o ar em torno de confusas vozes;o homem passa através de florestas de símbolos que o perscrutam com seus cotidianos olhos.
Ecos que prolongados se encontrassem longe como numa unidade funda e tenebrosa,na mesma vastidão unindo a noite e a aurora,confundem-se os perfumes, as cores e os sons.
Há perfumes tão tenros como a carne do infante,doces como oboés, e verdes como os campos,além dos corrompidos, embora triunfantes.
Cheios dessa expansão das coisas infinitas,como o almíscar, o incenso, o benjoim e o âmbar,que os transportes espalham da alma e dos sentidos.
Charles Baudelaire

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