Eu deixara este verde como herança,se do peso do verde, libertado,pudesse o mar em mim enclausurado,rebentar as barreiras da esperança.
Ó ditoso país da remembrança,cujo mar não me afoga, mesmo irado.Mas se divide em dois, e desmembrado,abre lúcida margem que me alcança.
Tal não é este mar, sempre agitado,que trago dentro em mim, capturado,na fé, no amor e na desesperança.
Como quem traz em si a força e o fado.E, posto que este mar seja sonhado, eu vos deixo o seu verde como herança.
Ângelo Monteiro
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